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A Relação Mãe-Criança: Controvérsias e Perspectivas na Psicanálise

The Chil-Mother Relationship: Controverses and Perspectives in Psichoanalysis


 Andréa Hortélio Fernandes*

 

 

 

Resumo     

  Objetiva-se, aqui, demonstrar que tratamento dado à relação mãe-criança pela psicanálise está diretamente associado à forma como foi teorizada as noções de sujeito e objeto desde Freud, passando por alguns psicanalistas pós-freudianos, até Jacques Lacan. Para alcançar tal propósito, analisam-se as controvérsias que balizam as perspectivas clínicas de Anna Freud, Melanie Klein, Donald Winnicott e Jacques Lacan. Através desta análise, demonstra-se que estes autores podem ser reunidos em dois grupos distintos. Um primeiro grupo estaria orientado na perspectiva da relação de objeto, na qual o objetivo do tratamento seria retificar a relação originária da criança (sujeito) com mãe, tomada como objeto. Já o segundo grupo, estaria distante desta abordagem centrada na relação de objeto definida em termos de relação entre a mãe e a criança, propondo a falta de objeto como estruturante da organização subjetiva de cada homem, adulto ou criança. A partir desse recorte, revela-se a heterogeneidade do campo da psicanálise.

 

Palavras-chave

Relação de objeto; sujeito; campo da Psicanálise.

 

 

 

A Relação Mãe-Criança: controvérsias e perspectivas na psicanálise

 

O tratamento dado à relação mãe-criança pela psicanálise pode ser vislumbrado pela forma como as diferentes correntes psicanalíticas abordam a relação sujeito-objeto. Longe de um consenso, encontramos algumas controvérsias que têm sua origem associada aos fundamentos teóricos que balizam as perspectivas clínicas elaboradas por alguns psicanalistas. Face à essa realidade, buscamos analisar a maneira como foi abordada a relação mãe-criança por alguns psicanalistas pós-freudianos, de modo a esclarecer a teorização acerca das noções de sujeito e objeto na psicanálise.

 

 

Controvérsias e Perspectivas  

 

    Constatamos que a Psicanálise pós-freudiana, ao tratar a relação entre a mãe e a criança, produz uma dispersão conceitual, repercutindo em novas perspectivas de trabalho clínico. Ao atribuir-se a Freud muito do que foi, posteriormente, elaborado por seus discípulos, diretos ou indiretos, sobre este tema, tenta-se tratar o campo da psicanálise como algo homogêneo (Buschinelli, 1999). Esta tentativa é prática corrente tanto no próprio campo da psicanálise como no meio leigo, vide a fala de uma mulher, em análise, queixando-se, à sua analista, de que, depois de Freud, tudo é culpa das mães. Entretanto, quando se trata da literatura psicanalítica, torna-se necessário pontuar as diferenças no sentido de atribuir a cada autor, entre eles Freud, o seu legado.

            E por falar em legado, com a virada do século, comemoramos os cem anos da Psicanálise. O livro A Interpretação dos Sonhos (Freud, 1900), como marco da descoberta do inconsciente, revela, já em Freud, que o sujeito não é idêntico a si mesmo, como demonstra todo sonho, ato falho e lapso. É assim que o inconsciente vem a ser definido, posteriormente, por Lacan (1998) como o capítulo da história do sujeito que é marcado por um branco ou ocupado por uma mentira, sendo, pois, um capítulo censurado. Devido à censura, este capítulo só pode ser reencontrado pela fala.

É esse trabalho de reconstrução que a Psicanálise se dedica a realizar. Foi através do encontro com as histéricas que Freud (1893) pode reconhecer a importância da fala, o que foi também percebido por uma das pacientes - tanto que esta nomeou a psicanálise como sendo uma “talking cure”, ou seja, um tratamento pela fala. Foi, também, através das falas das pacientes que o inconsciente veio a se desvelar como uma outra cena em que a fantasia assume o papel principal. Na Psicanálise, segundo Freud, não é preciso que um fenômeno exista como tal para funcione como a causa desencadeadora da neurose. Razão por que o fator desencadeante da neurose só pode ser tratado através da associação livre do sujeito. Através desta, tornou-se possível reconstruir a história do sujeito lá onde no dizer do sujeito surge um branco e onde o seu saber fracassa.

 

 

O sujeito e o Infantil.

 

Somos levados a pensar que ao buscar reconstruir a história do sujeito coube à Psicanálise dedicar-se à análise do infantil. Quanto a isso, Freud (1932) pontua que as particularidades da análise de crianças que a diferenciam da análise de adultos são bastante reduzidas, visto que alguns pacientes adultos conservam características infantis. Seria pela associação livre, enquanto regra fundamental da psicanálise, que o sujeito, seja ele criança ou adulto, pode tratar o infantil. Com isso, Freud recomenda o tratamento psicanalítico a crianças que apresentam sintomas, o que, segundo ele, possibilitaria a confirmação acerca do infantil que era, anteriormente, apenas inferido a partir da clinica com adultos.

Logo, a psicanálise de crianças estaria em posição de confirmar as contribuições elaboradas nas análises de adultos. O infantil passa a ser, pois, retratado pela fala dos sujeitos em análise. Assim, por mais fictícia que possa parecer uma narrativa de uma lembrança infantil, esta ficção é tomada como verdadeira e mantém uma relação íntima com a estrutura subjetiva de cada sujeito.

O abandono da teoria da sedução demonstra que em psicanálise não se trata de atrelar a fala do sujeito a uma observação verdadeira. Com a substituição da teoria da sedução pela da fantasia, Freud (1917) revela que no mundo da neurose, o que é decisivo é a realidade psíquica. Igualando fantasia e realidade, Freud pode mostrar que a fantasia possui realidade psíquica em contraste com a realidade material. A partir destas elaborações, o complexo de Édipo se desvelou para Freud, uma vez que ele pode encontrar em si mesmo sentimentos de amor por sua mãe e de ciúmes por seu pai, sentimentos comuns a todas as crianças pequenas, uma vez que os vestígios dos mesmos podem ser encontrados nelas.

 

 

A Psicanálise de Crianças

 

Com o surgimento da psicanálise de crianças, difundiu-se, ainda mais, a idéia de que o fundamento da teoria analítica deveria ser descoberto na infância. Entretanto, os analistas pós-freudianos que se dedicaram à clínica com crianças tentaram personalizar o sujeito do inconsciente, modificando a idéia de sujeito tal qual ela foi promulgada por Freud em 1900.

Foi assim que Anna Freud (1932) propagou que não convém à psicanálise ocupar-se unicamente do inconsciente e do id, mais também do ego e do superego. Com isso, ela passa a defender que a interpretação do analista se dê a partir da observação do comportamento da criança e não pelo material elaborado a partir dos sonhos e de outras formações do inconsciente. Por conseguinte, o que passa a servir de fundamento à psicanálise de criança é o desenvolvimento da personalidade humana (Anna Freud, 1996). 

 

 

Anna Freud e desenvolvimento da personalidade humana.

 

Nesta perspectiva, a segunda geração de psicanalistas pós-freudianos formalizou o desenvolvimento como sendo o problema crucial com o qual a Psicanálise era continuamente confrontada.  Buscando tratar os distúrbios do desenvolvimento, tornou-se necessário tratar a sua origem. Visto que Anna Freud personalizou o sujeito na criança, através da observação do comportamento da criança, defendendo que a associação livre era insuficiente para trabalhar em análise, sendo, pois, necessário ao analista desviar sua atenção para a resistência. A separação da criança da mãe e os transtornos do desenvolvimento que daí decorrem foram estudados por ela nos orfanatos da II Guerra Mundial.

As crianças órfãs devido à guerra obrigaram Anna Freud (1987) a reconsiderar o efeito do meio ambiente sobre as patologias infantis. A essa época ela vai dedicar-se aos trabalhos realizados por Winnicott, Bowlby e Spitz sobre o primeiro ano de vida da criança, período durante o qual a relação mãe-criança é considerada, por estes autores, como fundamental para o desenvolvimento posterior da criança. Entretanto, os pequenos órfãos observados por ela não apresentavam os sintomas descritos pelos autores. Assim, a única forma encontrada por Anna Freud para poder compartilhar da opinião vigente foi elaborar o conceito de “mãe rejeitante”. A mãe recebe, então, uma definição meramente biológica, segundo a qual toda a mãe rejeita e isto representa uma disposição inata à patologia.

Diante da patologia apresentada na evolução do desenvolvimento, Anna Freud propõe todo um padrão de normalidade definido a partir de estádios do desenvolvimento. Segundo este padrão, cabe à mãe e na ausência dessa, ao analista - funcionar como ego auxiliar, possibilitando a construção do ego da criança através da identificação.

 

 

Melanie Klein e a teoria do desenvolvimento centrada na relação de objeto.

 

A Psicanálise de crianças vindo a se ocupar do desenvolvimento passou a personalizar o sujeito na criança e, conseqüentemente, o objeto na mãe. A relação com a mãe passou a ser a matriz de toda uma teoria do desenvolvimento centrada na relação de objeto. Melanie Klein surge, então, como a representante maior desta teoria. Encontramos em Melanie Klein a influência dos trabalhos de Karl Abraham sobre o desenvolvimento da libido à luz das perturbações mentais. Vejamos como se deu esta influência.

Mantendo-se numa linha da psicanálise que se baseia no desenvolvimento da relação de objeto, Klein adota de Abraham algumas idéias para a sua própria teoria. Para Abraham (1970), inicialmente, as pulsões que visam a destruição e a expulsão do objeto coexistem, dando lugar, em seguida, às fases em que há o predomínio da ambivalência, e somente mais tarde o sujeito será capaz de amar o seu objeto. Estudando a neurose obsessiva e a psicose maníaco-depressiva, Abraham constatou que em ambos os casos há uma fixação na fase anal-sádica - porém, o paciente depressivo rompe completamente com todas as suas relações de objeto, ao passo que o obsessivo as mantém. Tendo proposto que as fases da organização libidinal fossem subdividas, Abraham observa que existe uma linha divisória entre as duas etapas sádico-anais. O deslize para o nível mais baixo acontecia quando a libido abandonava suas relações de objeto. Abraham sustenta, então, que os analistas não tendem a fazer uma separação nítida entre as afecções neuróticas e psicóticas, isto porque estão cientes de que a libido de qualquer sujeito pode regredir além da linha divisória entre estas etapas sádico-anais. Com isto, Abraham formaliza a importância da relação de objeto na teoria do desenvolvimento libidinal. Voltemos, agora, a Klein.

   A opção de Klein (1968) por esta abordagem da teoria da libido vislumbra-se nos conceitos por ela criados de posição esquizo-paranóide e posição depressiva. A aproximação não se dá apenas na nomenclatura, mas, também, e em parte, no enfoque dado a organização subjetiva. Klein tomando a esquize, ou seja, a cisão como o que há de peculiar ao sujeito, parte do princípio de que existe um núcleo psicótico em todo sujeito e, assim, vai representar a relação sujeito-objeto a partir dos processos de introjeção e projeção.

Para Melanie Klein(1968), a relação de objeto da criança se dá por um objeto parcial privilegiado que é o seio da mãe. É através do mecanismo primordial da introjeção do objeto que se estabelece a relação sujeito-objeto. É a introjeção que possibilitará a projeção deste mesmo objeto dado às fantasias de destruição e aniquilamento ressentidas pelo sujeito. O objeto vê-se, então, dividido em objeto bom sendo, pois, introjetado, e objeto mau, que sofre o mecanismo de projeção, sendo expulso. O sujeito mantém, então, com o objeto uma relação esférica na qual existe um interior e um exterior, um dentro e um fora.

Na sua teorização Melanie Klein define que a criança está tão intimamente relacionada ao objeto materno que ela chega a propor posições de acordo com a relação de objeto que impera nelas. Assim, a posição esquizo-paranóide caracteriza-se pela cisão do sujeito envolvido pela ansiedade paranóide que cinde o objeto em bom e mau. Esta posição, inicialmente, de desintegração prepara o caminho para a posterior integração do objeto bom e, por conseguinte, para o triunfo das pulsões de vida próprias a posição depressiva.

Estando a mudança de posição associada à relação de objeto da criança, a perspectiva terapêutica criada por Klein vai trabalhar no sentido de buscar a integração através de uma relação de objeto total. O tratamento visa proporcionar que a mãe uma vez percebida como objeto total, possa servir ao processo de integração do sujeito, será pelo manejo da transferência no aqui e agora, que serão explicitadas ao analisante suas defesas contra a integração de sua ambivalência e, conseqüentemente, a sua dependência dos objetos bons. O caso Richard de Melanie Klein (1976) é um bom exemplo.

Em meio ao interesse pelas diversas abordagens da relação mãe-criança, em alguns psicanalistas pós-freudianos, descobrimos que o conceito de objeto vai tendo novas definições. Como vimos, há pouco, o objeto em Melanie Klein é cindido em objeto bom e objeto mau segundo as vicissitudes pulsionais a que está sujeito o objeto parcial. Outra definição de objeto surge a partir das elaborações de Donald Winnicott(1975).

 

 

Winnicott e o objeto transicional.

 

Winnicott (1975) propõe o objeto transicional como algo que não é interno, nem um objeto externo. Tal denominação tenta designar a área intermediária e transitória entre o erotismo oral, presente na sucção do polegar, e o que chama de verdadeira relação de objeto que se dá com um ursinho, com uma fralda, etc.

Vemos, conduto, diferenças entre as definições de objeto de Klein e de Winnicott. A diferença maior está no fato de que Winnicott salientar que não está estudando o primeiro objeto das relações de objeto - ao que, como vimos, Klein se dedica integralmente. Esta nova abordagem do objeto feita por Winnicott, ao distanciar-se da tentativa de personalizar o objeto na mãe, foi bastante aclamada por Lacan(1967-68) – que, na sua teorização, promulgou a disjunção entre a relação mãe-criança e a relação sujeito-objeto.

Mesmo que Winnicott tenha introduzindo uma nova concepção de objeto, situada na zona intermediária entre o auto-erotismo e a relação de objeto, ele vai fundar sua clínica dentro da teoria do desenvolvimento da relação de objeto (Winnicott, 1990). Isto porque, para ele, o sujeito que vai à análise apresenta um falso self devido à relação de objeto com uma mãe insuficientemente boa, assim, o acesso ao verdadeiro self será franqueado em análise desde que o analista funcione como uma mãe suficientemente boa.

 

 

Lacan e o objeto “a”.

 

Lacan (1967) apóia-se no objeto transicional de Winnicott para elaborar o conceito de objeto “a” definindo-o como o espaço que a demanda abre para além da necessidade que a motiva, espaço no qual se configura o desejo. E, quando falamos do desejo em psicanálise, é preciso retomar a releitura de Freud do “Projeto para uma psicologia científica” (1895) no livro sobre a interpretação dos sonhos. Freud demonstra que o objeto é apreendido pela via de uma busca do objeto perdido.

Constatamos que, ao retomar o “Projeto” de Freud, Lacan (1959-60) adverte que não se pode confundir “das Ding” - o objeto radicalmente perdido - e a mãe - objeto ao qual o sujeito deverá renunciar, em sua história edípica particular. Ele acredita que, nos pós-freudianos, encontramos esta confusão. Segundo ele, quando os pós-freudianos colocam o objeto materno no lugar de “das Ding”, tido como o objeto radicalmente perdido, o objeto materno passa a representar, na história do sujeito humano, o ponto de confluência de uma tendência ao reencontro. Isto acaba fazendo com que se estabeleça uma concepção normativizante da subjetividade, que dá origem a uma concepção de tratamento cujo objetivo é o de retificar a relação originária do sujeito com esse objeto (Coutinho, 2000).

Distanciando-se de uma abordagem centrada na relação entre a mãe e a criança, Lacan (1956-57, 1957-58) formula modificações ao Complexo de Édipo em razão da necessidade de pensá-lo a partir dos três registros possíveis de tratar as três formas de falta de objeto: privação, frustração e castração.

Com isso, ele evidencia que, desde Freud, o que está em jogo é falta de objeto. Assim, a psicanálise lacaniana toma a falta de objeto como estruturante da organização subjetiva do sujeito. Logo, será, enquanto objeto “a”, inapreensível que o analista poderá fazer com que o sujeito possa lidar com essa falta. 

Pelo exposto, comprova-se a disparidade de conceitos e de perspectivas clínicas criadas no âmbito da psicanálise a partir das diferentes concepções da relação entre a mãe e a criança. Em certas situações, é possível visualizar uma proximidade entre as abordagens dos autores, porém, em outros casos, é necessário demarcar e esclarecer as diferenças. Tal necessidade surge como resposta à tendência de abarcar as diferentes teorias propostas em um todo homogêneo.

 

Notas

* Doutora em Psicopatologia fundamental e Psicanálise pela Universidade Denis – Diderot (Paris 7). Desenvolve atividades de ensino e pesquisa no Departamento de Psicologia da Universidade Federal da Bahua através do Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) do CNPq

 

 

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Abstract

The article try to demonstrate that the psychoanalytical approach to the child-mother relationship is directly associated to how its notion of subject and object has been developed since Freud until Jacques Lacan and other pos-freudians psychoanalysts. To reach its proposal this work takes in perspective the clinical approaches in Anna Freud, Melanie Klein, Donald Winnicott and Jacques Lacan. From the result of this set of analysis we demonstrate that the authors can be grouped into two different perspectives. The first one is oriented by the perspective of the object relation in which the clinical work targets to rectify the original relation of the child (subject) with his/her mother, considered as an object. The second group has a different approach, it does not understand the child-mother relationship defined as an object relation, but taking a different way in which proposes that the lack of object structures the subject organisation of the each one, no matter he/she is a child or an adult. Under this point of view this work intends to reveal the heterogeneity of the psychoanalysis field. 

 

Keywords

Object relation; Subject; Psychoanalysis field.

 

 

Recebido em: 14/08/01

Aceito para publicação em: 09/10/01

E-mail: ahfernandes@zaz.com.br